Compositor: Juana Molina
Tenho uma ideia dando voltas na cabeça faz tempo
Como é possível que o progresso seja tão violento?
Uma flor, uma árvore, um aroma, os passarinhos
São valores que estão se perdendo aos pouquinhos
Serram, derrubam, quebram, tiram, colocam e fazem barulho
Nos deixam indignados com esses projetos sem sentido
Demoliram a macieira do lado da praça
Para construir um shopping tão grande e brega
Salve-se quem puder
Salve-se quem puder
Quem puder que se salve
Mudam a fachada das casas, eles sentem vergonha
Não nos ensinaram o valor da nossa herança
A calçada, o mercadinho, a banca, reconheço tudo
Se tirarem isso, vou me sentir um peixe fora d'água
Os morangos, os tomates, agora não são tão gostosos
Porque colocaram sei lá o quê, um gene maldito
Ah, as rosas eram espinhosas e perfumadas
Agora não te espinham, mas não têm cheiro de nada
Salve-se quem puder
Salve-se quem puder
Quem puder que se salve
Salve-se quem puder
Salve-se quem puder
Quem puder que se salve
Vejo
Ouço
Cheiro
Toco
Siento
Penso